É possível ver/ter políticos com ética?

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É possível ver/ter políticos com ética?

julho 24, 2018 / Política

Começo este texto com algumas definições, tudo bem? Vamos lá:

  • ética (do grego, ethos): caráter; modo de agir. Por essência, está vinculada às questões coletivas.
  • política (do grego, politeia): se refere à vida em sociedade; coletividade. O significado de política sofreu modificações com o passar do tempo e adquiriu também um caráter vinculado às relações de poder.

Notamos, pelas definições acima, que a base dos termos ética e política se assemelham, justamente porque ambas fazem referência ao que não pertence apenas a um indivíduo, mas sim a um coletivo. Apesar da semelhança, hoje em dia é quase impossível – ou aos mais otimistas, pelo menos bastante complicado – identificar um relacionamento estável entre ética e política. Portanto, a pergunta que não quer calar pode ser: há ética na política e/ou políticos éticos?

O panorama é quase desanimador, é verdade, mas a resposta para a pergunta pode ser “sim”. Por enquanto, os políticos com ética estão em minoria. Mas eles existem, e a ideia é de que, aos poucos, eles se tornarão um time cada vez maior e mais fortalecido.

Recuperemos a preocupação com o outro e o respeito ao próximo

A complexidade da organização política dos países do globo terrestre e, mais especificamente do Brasil, resulta em um jogo de poderes que podemos comparar a um tabuleiro de xadrez, com muitos cavalos, reis e rainhas e sobre o qual a população não tem quase nenhum controle. Muitos parâmetros foram perdidos e incontáveis transformações históricas aconteceram sucessiva e rapidamente, até o país chegar onde está e entrar em um período no qual é necessário um tremendo esforço por parte de todos os seus cidadãos, para conseguir enxergar quaisquer tipo de vínculo entre ética e política.

Para que o povo brasileiro volte a visualizar este laço e até mesmo, em algumas instâncias, para que este laço volte a existir ou se fortaleça novamente, tanto os políticos éticos (que – lembrando – existem, sim!), quanto cada cidadão, precisam exercer papéis importantes.

  •  Em um regime democrático, “há forte expectativa, particularmente nos regimes democráticos, de que os governantes de conduzam de acordo com critérios de probidade e justiça na administração dos negócios públicos”, cita Maria Helena Diniz em uma de suas publicações. Portanto, cabe também ao cidadão a escolha criteriosa e com embasamento e pesquisa de cada um de seus representantes.

Agora, falemos sobre os representantes.

O pensar e o agir ético de quem tem poder político só é viabilizado se este empoderado:

  • se coloca no lugar de seus governados, levando em consideração o formato de vida principalmente das minorias e dos mais enfraquecidos;
  • pratica suas ações de forma coletiva e participativa; baseado em uma busca conjunta, que envolve todas as classes e formas sociais, inclusive outros políticos;
  • leva em consideração um modelo econômico justo e sustentável, benéfico para a população, para o meio ambiente e para o crescimento do país.

A conclusão

É possível ter políticos com ética. Ponto. Desde que haja um investimento global (inclusive partindo de cada um de nós) em renovação e recomeço; recriação de modelos falidos e/ou ultrapassados; com foco na importância da convivência social.